2026: Ano de Maior Pressão Ambiental sobre o Agro e o Desafio da Desinformação
Um novo cenário se aproxima para o setor rural brasileiro. A partir de 2026, o país deve viver a maior pressão fiscalizatória ambiental da última década, com um foco inédito em práticas antes consideradas “costumeiras” no campo. A grande preocupação, no entanto, não está centrada nos crimes ambientais graves, mas na criminalização de atitudes simples do dia a dia do produtor, que agora podem resultar em multas, embargos e processos, muitas vezes aplicadas sem que o ruralista sequer saiba das mudanças na legislação.
Especialistas alertam que a rigidez será tamanha que até queimar lixo ou resto de cultura na propriedade, sem a devida autorização, será enquadrado como crime ambiental. A lista de ações comuns que se tornarão alvo prioritário da fiscalização é extensa e surpreende pela abrangência.
As Novas Frentes de Infração
Dentre as nove situações que mais devem impactar os produtores, destacam-se:
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Queima de lixo ou restos culturais: Prática antes comum, agora será crime sem autorização.
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Desmate de pequenas áreas: Mesmo desmatamentos mínimos (10m² a 20m²) sem respaldo no CAR (Cadastro Ambiental Rural) gerarão autuação e multa pesada.
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Uso de APP como passagem de gado: O simples trânsito de animais em Área de Preservação Permanente será considerado “dano em área protegida”.
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Descarte incorreto de embalagens: Lavar e jogar embalagens de defensivos no lixo comum, uma prática frequente, configura infração grave, exigindo-se o seguimento rigoroso das regras do Inpev.
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Abertura de estradas internas: Criar vias de acesso dentro da fazenda sem licença ambiental se tornou um dos principais alvos dos fiscais.
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Represamento de água: Construir pequenas barragens para uso próprio, especialmente em APPs, acarretará multa automática se não houver autorização.
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Uso de maquinário para correções: A simples passagem de trator para corrigir alterações no terreno agora exige procedimento formal.
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Criação em APP atualizada: O produtor que mantém gado em área que se tornou APP após atualizações de mapas oficiais será multado, muitas vezes sem sequer ser notificado previamente.
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Transporte de madeira própria: Levar madeira, lenha ou estaca dentro da própria fazenda, mesmo para uso interno, exigirá Documento de Origem Florestal (DOF).
O Fantasma da Desinformação
O aspecto mais crítico dessa nova fase, segundo análises do setor, é que aproximadamente 80% das autuações não decorrem de má-fé, mas pura e simplesmente de desinformação. O produtor rural, muitas vezes isolado e com acesso limitado a assistência técnica e jurídica especializada, continua seguindo costumes arraigados, ignorando que a lei mudou.
A mensagem final é clara: a adaptação a esse novo regime legal não é mais uma opção, mas uma necessidade premente para a sobrevivência econômica das propriedades rurais. A orientação é que os produtores busquem urgentemente se regularizar e se informar, transformando a prevenção em sua principal ferramenta de gestão.

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